domingo, 6 de setembro de 2009

Padre Cícero Romão Batista

Nascido no Crato (CE), em 24 de março de 1844, desde a infância pensou em dedicar-se à vida religiosa. Aos 12 anos, fez voto de castidade. Ingressou no Seminário de Fortaleza, sendo ordenado sacerdote, em 1870. Dois anos depois, fixou-se no povoado de Juazeiro, onde iniciou intenso trabalho pastoral, com pregação, conselhos e visitas domiciliares, enquanto cuidava de moralizar os costumes, acabando, pessoalmente, com a prostituição e a boemia. Recrutou mulheres solteiras e viúvas para a organização de uma irmandade leiga, formada por beatas, sob sua inteira autoridade. Logo criaram-se histórias em torno do padre, a mais famosa, envolvendo a beata Maria de Araújo, a qual, ao comungar, estivera prestes a receber uma hóstia em forma de sangue. As toalhas utilizadas para limpar a boca da beata teriam ficado manchadas de sangue. O episódio, ocorrido em março de 1889, foi considerado um milagre. O povoado passou a atrair milhares de peregrinos. O inquérito foi instaurado pelo bispo D. Joaquim José Vieira e o documento dele resultante, foi encaminhado à Santa Sé. Suspenso de ordem, o padre Cícero ficou proibido de celebrar. Ingressou, então, na vida política. Elegeu-se prefeito de Juazeiro, em 1911; foi vice-presidente do Ceará, em seguida. Os simpatizantes do religioso defendem que ele foi o maior benfeitor do município e citam algumas de suas ações: a construção das capelas do Socorro, de São Vicente, de São Miguel e da Igreja de Nossa Senhora das Dores; a doação de terrenos para a construção do primeiro campo de futebol e do aeroporto; o incentivo ao artesanato artístico e utilitário, como fonte de renda; a introdução do plantio de novas culturas; o socorro à população durante as secas e as epidemias etc. Morreu, em Juazeiro, em 20 de julho de 1934. O lugar onde viveu continua atraindo, todos os anos, milhares de romeiros em busca de milagres.

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