terça-feira, 1 de setembro de 2009

O universo da reflexão



O universo da reflexão do poeta é riquíssima. O personagem que reconhece a "não vida" que a máscara lhe confiriu reassume, ao final da estrofe, a condição de "ser sublime".Para o poeta, retirar a máscara é assumir a precariedade que o falseamento lhe trouxe.O poema nos ajuda a pensar melhor. As máscaras são as concretizações dos sequestros.O roubo foi tão profundo que o outro, incapacitado de resgatar a parte roubada, viu-se obrigado a revestir-se de personagens e de máscaras. "Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me".Veja, há uma permissão.Quando essa relação se prolonga no tempo, as pessoas envolvidas se fragilizam muito, porque em ambas há o processo da negação do ser."Quando quis tirar a máscara, estava pregada à cara. Quando a tirei e me vi no espelho, já tinha envelhecido." Os mascarados sofrem sozinhos. É um processo doloroso que atinge a muitos.Conviver com quem optou pela inautencidade causa uma infelicidade profunda. Viver de projeções que não podem ser adequadas à realidade é o mesmo que não viver.A experiência das projeções nos coloca dentro de um mundo sem sustentação; e mundo projetado não é mundo que realiza,... nem faz realizar. (Pe Fábio de Melo)

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