Frei Damião ocupou-se em disseminar “as santas missões” pelo interior do Nordeste. “As santas missões” eram um tipo de cruzadas missionárias, de alguns dias de duração, pelas cidades nordestinas. Nessas ocasiões, era armado um palanque ao ar-livre com vários alto-falantes onde o frade transmitia o seu discurso conservador e contra os protestantes.
Frei Damião conseguia arrastar multidões para ouvir suas palestras e tornou-se um fenômeno de popularidade religiosa no Nordeste, só comparável ao “Padim Ciço”, de Juazeiro do Norte. A propósito, Frei Damião é aclamado pelos católicos locais como o legítimo sucessor do Padre Cícero Romão Batista (para saber mais sobre o Padre Cícero, leia o artigo “Uma Viagem ao Caldeirão da Idolatria”).
Quando perguntado sobre os objetivos de suas “santas missões” aos sertanejos, o frei respondia que um dos objetivos era “livrá-los do Demônio, que queria afastá-los da Igreja e fazê-los abraçar outro credo [...]”.(1) O que o frade queria dizer por “Demônio”? Provavelmente, os protestantes.
Na ocasião de sua morte, em 31 de maio de 1997, o governo de Pernambuco e a prefeitura de Recife decretaram luto oficial de três dias. Seu corpo foi embalsamado, velado durante três dias na Basílica da Penha e no estádio de futebol do Arruda, em Recife. Várias autoridades compareceram ao seu velório, entre as quais o ex-presidente Fernando Collor de Mello, o vice-presidente Marco Maciel e o governador Miguel Arraes.(2)
Em 31 de maio de 2003, seis anos após sua morte, foi aberto o processo de beatificação e, posteriormente, de canonização de Frei Damião. Esse frade é apenas mais um, entre outros líderes religiosos católicos que viveram no Brasil, a ser candidato a santo.
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