quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Estar presente mesmo na dor.


Como conciliar o amor que eu sinto por ele com o desespero que me abate?
"O único jeito que tem, que é possível humanamente de abater esse desespero é vivendo intensificando a experiência do amor, fazendo o que se pode fazer estando ao lado com a melhor qualidade do mundo. Não olhe para a perda que está acontecendo, olhe para o tempo que você tem ainda. O médico disse quanto tempo você vai ter o seu filho e não importa, o que importa é o tempo que você vai conseguir ser mãe desse menino, a qualidade que você vai dar a sua maternidade nessa hora. Se toda mãe que perdeu seu filho tivesse tido a oportunidade de saberem que elas iriam perder os filhos, elas teriam qualificado muito mais a maternidade delas e é isso que nós podemos no momento da tragédia. A vida cristã nos ensina a qualificar o tempo que a gente tem. Olhar para a vida que hoje é nossa, pra essa dor que você tem de ver o seu filho morrer aos poucos, mas envolvê-lo de amor porque muito mais triste que morrer é morrer sem amor, é morrer na solidão, é morrer no abandono, é morrer no desespero e você lutar pra que este momento seja com qualidade. Você chorar na hora que você tiver vontade, mas você nunca deixar de estar do lado do seu filho ou você nunca perder a oportunidade de estar ao lado dele porque você sabe que vai morrer. O grande problema do desespero é que às vezes ele nos retira da possibilidade de ficar com as pessoas que estão morrendo. Pode observar, às vezes nós entramos em depressão, nós perdemos a vitalidade, nós perdemos a graça e a pessoa morre sem ter tido a nossa presença porque a gente ficou deprimido, a gente não teve força pra lutar então o outro perdeu a oportunidade de nos ter por um tempo. Nós estamos unidos ao coração de tantas mulheres e de tantos homens que estão passando pela mesma situação, de ver alguém especial ir embora pela força de uma doença." Padre Fábio de Melo.

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